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Cientistas convertem soro de leite em proteína microbiana

A proteína do soro de leite, o maior subproduto da indústria de laticínios, muitas vezes acaba descartada, poluindo ecossistemas com aproximadamente 180 a 190 milhões de toneladas produzidas anualmente em todo o mundo. No entanto, pesquisadores do Tecnológico de Monterrey e da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) desenvolveram um processo para reciclar o soro de leite em proteínas sustentáveis por meio da fermentação.

Mario Antonio Torres-Acosta, PhD, lidera essa iniciativa, que destaca a necessidade de proteínas alternativas diante das crises climáticas e da insegurança alimentar. A equipe utiliza microrganismos para quebrar a lactose do soro de leite, gerando uma biomassa rica em proteínas. O processo é eficiente, escalável e não utiliza organismos geneticamente modificados, tornando-o altamente atrativo para o mercado.

A proteína resultante é nutricionalmente comparável à carne e ao leite, exigindo menos terra e emitindo menos carbono do que a pecuária. Com custos de produção de US$ 1.600 por tonelada e um preço de mercado entre US$ 5.000 e US$ 7.000, ela oferece uma alternativa econômica à carne. O projeto, alinhado ao Projeto Principal do Tecnológico de Monterrey sobre Segurança Alimentar e Nutrição, defende uma abordagem de economia circular para gerenciar o desperdício de soro.

Essa solução inovadora pode ser facilmente aplicada em regiões produtoras de queijo para aproveitar o soro, que representa 80-90% do leite usado na produção. Na Europa, a Alemanha investiu US$ 2,8 milhões em iniciativas semelhantes para reciclar o soro, demonstrando a importância e o potencial de transformar esse subproduto em alimentos viáveis.

As informações são da Dairy News, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint